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Vida na Água: Protegendo os Ecossistemas Marinhos e Promovendo Práticas de Pesca Sustentáveis na África

Por Susan Novela

Cidade do Cabo, África do Sul (London Post) — A África contém vastos recursos aquáticos, incluindo extensos litorais, lagos e rios. Essas águas abrigam uma rica diversidade de vida marinha e de água doce, servindo como fontes vitais de sustento, meios de subsistência e crescimento econômico para milhões em todo o continente. No entanto, os ecossistemas marinhos e de água doce da África enfrentam ameaças crescentes de: sobrepesca, poluição e mudanças climáticas.

Estas ameaças colocam em risco a biodiversidade e as comunidades que dependem desses recursos. Para salvaguardar essa riqueza natural, países de todo o continente estão intensificando os esforços para proteger os ecossistemas marinhos e promover práticas de pesca sustentáveis.

Neste artigo, exploramos uma amostra do que alguns países — incluindo África do Sul, República Democrática do Congo, Uganda e República do Congo (Brazzaville) estão fazendo nesse importante âmbito. Algumas das iniciativas também são de natureza regional. A seguir, começamos com a África do Sul, um importante ator no continente.

África do Sul: liderando os esforços de conservação marinha

Os 3.000 quilômetros de litoral da África do Sul, ao longo de dois oceanos, forçaram o país a se tornar líder continental em conservação marinha. Seus ecossistemas marinhos abrigam espécies icônicas, como grandes tubarões brancos, pinguins africanos e baleias jubarte. Eles atraem tanto turistas quanto pesquisadores. Para proteger esses ecossistemas, a África do Sul estabeleceu 41 Áreas Marinhas Protegidas (AMPs), cobrindo mais de 14% de sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

Um desses MPAs é o iSimangaliso Wetland Park, um Patrimônio Mundial da UNESCO. É um santuário para recifes de coral, manguezais e leitos de ervas marinhas, fornecendo habitats cruciais para a vida marinha. Ao regular a pesca, a mineração e o turismo nessas áreas, a África do Sul garante o uso sustentável dos recursos marinhos, preservando a biodiversidade.

A África do Sul também implementou políticas como o sistema de captura total permitida (TAC), para conter a sobrepesca. Isso estabelece limites anuais para estoques de peixes, como pescada e sardinhas. Iniciativas comunitárias, como a Política de Pesca em Pequena Escala, capacitam as comunidades costeiras a gerenciar a pesca de forma sustentável e, ao mesmo tempo, melhorar seus meios de subsistência. Esses esforços refletem o que Uganda também está tentando fazer conforme abaixo.

Uganda: Protegendo os recursos hídricos interiores

Apesar de não ter litoral, Uganda possui vastos sistemas de água doce. Estes incluem o Lago Vitória – o maior lago de água doce da África – e desempenham um papel importante em sua economia e segurança alimentar. No entanto, práticas de pesca insustentáveis, como o uso de equipamentos de pesca ilegais e a sobrepesca, esgotaram os estoques de peixes, particularmente a perca do Nilo e a tilápia.

Em resposta, Uganda intensificou os esforços para regular as atividades de pesca no Lago Vitória. O governo lançou iniciativas para combater a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU). Isso inclui patrulhas e campanhas de sensibilização comunitária. Esses esforços visam restaurar os estoques de peixes e, ao mesmo tempo, garantir que os pescadores locais possam sustentar seus meios de subsistência.

Uganda também está promovendo a aquicultura como alternativa à pesca tradicional. O aumento da piscicultura, apoiado por incentivos governamentais e investimentos do setor privado, proporcionou novas oportunidades para as comunidades rurais. Assim, reduziu a pressão sobre os estoques naturais de peixes. Também localizada na região equatorial e enfrentando desafios semelhantes está a República do Congo, que embarcou em uma missão semelhante.

República do Congo (Brazzaville): Preservando ecossistemas costeiros e marinhos

A República do Congo, com sua costa atlântica, abriga habitats marinhos críticos; eles incluem manguezais e prados de ervas marinhas. Eles servem como berçários para peixes e protegem os litorais da erosão. No entanto, atividades industriais, poluição e pesca ilegal ameaçam esses ecossistemas.

O governo congolês tomou medidas significativas para enfrentar esses desafios. Estabeleceu MPAs, como o Parque Nacional Conkouati-Douli, que combina conservação terrestre e marinha. Este parque protege espécies ameaçadas de extinção, como tartarugas marinhas e peixes-boi, ao mesmo tempo em que apoia práticas de pesca sustentáveis para as comunidades locais.

Além disso, o Congo participa de iniciativas regionais, como a Organização Centro-Africana de Pesca (COREP). Isso promove a colaboração na gestão de recursos marinhos e no combate à pesca ilegal no Golfo da Guiné.

República Democrática do Congo (RDC): Gestão das pescas em águas interiores

Da mesma forma, a RDC, com sua extensa rede de rios e lagos, incluindo o Rio Congo, possui alguns dos ecossistemas aquáticos mais biodiversos do mundo. Essas águas são cruciais para a segurança alimentar e os meios de subsistência, particularmente nas áreas rurais.

No entanto, práticas insustentáveis, como a sobrepesca e a destruição do habitat, ameaçam a saúde desses ecossistemas. A RDC está enfrentando esses desafios por meio da regulamentação e proteção de habitats críticos. Por exemplo, o governo estabeleceu zonas de reprodução de peixes nos principais lagos e rios, onde a pesca é restrita para permitir o reabastecimento dos estoques.

A RDC também está promovendo a gestão da pesca baseada na comunidade, capacitando as comunidades locais a assumirem um papel de liderança na conservação. Ao combinar o conhecimento tradicional com técnicas modernas, essas iniciativas estão promovendo práticas sustentáveis que beneficiam tanto as pessoas quanto o meio ambiente.

O papel da colaboração regional

Os corpos de água da África estão interconectados, transcendendo as fronteiras nacionais e, portanto, exigem colaboração regional para uma gestão eficaz. Iniciativas como a Estratégia de Economia Azul da União Africana e o Comitê de Pesca para o Golfo da Guiné Oeste-Central enfatizam a importância das práticas sustentáveis e da cooperação regional. Essas estruturas visam harmonizar políticas, combater a pesca ilegal e promover o intercâmbio de conhecimento entre os estados membros.

Existem alguns pontos comuns entre os vários países em suas abordagens. Primeiro, todos eles estão interessados em encontrar um equilíbrio entre manter os meios de subsistência e preservar suas heranças de recursos naturais. Os principais instrumentos que todos estão implantando incluem políticas formais, fiscalização, educação, participação da comunidade e criação de alternativas à colheita. As alternativas incluem a aquicultura. Devido à interconexão de seus recursos, eles também acham útil se engajar por meio de iniciativas regionais, conforme descrito abaixo. A chave para o sucesso é entender que a conservação está dentro de uma agenda mais ampla de sustentabilidade e mudança climática, que é um problema de todos.

Lidando com as mudanças climáticas e a poluição

A mudança climática exacerba o desafio do ecossistema aquático da África por meio do aumento da temperatura do mar, da acidificação dos oceanos e da mudança dos padrões de precipitação.

A consequência é a interrupção dos ecossistemas marinhos e de água doce. Por sua vez, isso afeta os estoques de peixes e a biodiversidade. A erosão costeira e o aumento do nível do mar também ameaçam comunidades e infraestrutura.

A poluição, incluindo resíduos de plástico, escoamento industrial e derramamentos de óleo, agravam essas ameaças. Países como a África do Sul e a República do Congo (Brazzaville) estão investindo em sistemas de gestão de resíduos, educação ambiental e campanhas de limpeza para mitigar a poluição.

Um caminho sustentável para o futuro

A saúde dos ecossistemas marinhos e de água doce da África é parte integrante do bem-estar ambiental, econômico e social do continente. Ao priorizar a conservação, promover práticas de pesca sustentáveis e promover a colaboração regional, as nações africanas estão abrindo caminho para uma economia azul que equilibra a proteção ecológica com o crescimento econômico.

África do Sul, Uganda, República do Congo e RDC exemplificam as diversas estratégias que estão sendo implementadas para alcançar essa visão. Por meio de investimentos contínuos em conservação, políticas inovadoras e empoderamento das comunidades, a África pode garantir que a vida marinha prospere nas próximas gerações.

Para recapitular, a África do Sul estabeleceu 41 Áreas Marinhas Protegidas (AMPs), cobrindo mais de 14% de sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE), entre outros esforços. A RDC tem como alvo a sobrepesca e o repovoamento por meio da criação de peixes. O Congo Brazzaville está focado na conservação de manguezais e prados de ervas marinhas que servem como viveiros para peixes e que estão ameaçados por atividades industriais, poluição e pesca ilegal. Uganda intensificou a regulamentação e está promovendo a aquicultura como alternativa à pesca. Como os corpos d’água da África estão interconectados, a colaboração regional é necessária e está sendo buscada para uma gestão eficaz. Iniciativas como a Estratégia de Economia Azul da União Africana e o Comitê de Pesca para o Golfo da Guiné Oeste-Central enfatizam a importância das práticas sustentáveis e da cooperação regional. Essas estruturas visam harmonizar políticas, combater a pesca IUU e promover o intercâmbio de conhecimento entre os estados membros.

Este artigo é trazido a você por London Post, em colaboração com INPS Japan e Soka Gakkai International, em status consultivo junto à UN ECOSOC.

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